A LUTA PELA QUINTA BRAAMCAMP PARA TODOS, CONTINUA!

Porassociacaobraamcamp

A LUTA PELA QUINTA BRAAMCAMP PARA TODOS, CONTINUA!

DE VITÓRIA EM VITÓRIA ATÉ À DERROTA FINAL

A aprovação por escassa margem em Sessão de Câmara e Assembleia Municipal, do caderno de encargos para a venda da Quinta (com a abstenção-muleta do PSD e um voto contra deste Partido na Assembleia Municipal), constitui uma derrota da força política que assume a presidência do executivo e que dizia ter o apoio da esmagadora maioria da população (85% segundo o encomendado “inquérito”).

A votação significa que as forças representativas de mais de metade dos barreirenses estão contra um negócio danoso, negacionista, sem história e sem futuro.

Quando perceberem os contornos desta decisão lamentável, outros cidadãos, sobretudo os jovens, cujo futuro seria assim postergado, estarão certamente em discordância.

UMA TRAGÉDIA ANUNCIADA

Não passaram muitos dias para surgir mais um relatório científico estimando que a zona de Alburrica ficará debaixo de água a médio prazo. Está bem fundamentada tal previsão, temos feito eco dessa preocupação e a decisão do executivo nega objetivamente a tragédia anunciada com o aumento do nível dos mares.

As obras de defesa de todo o vale do Tejo (e de toda a costa portuguesa!) serão colossais, de custos inimagináveis, em muitos casos incomportáveis ou impossíveis.

Portanto o bom senso exige a não construção à beira do Tejo!

PARECER OU FRETE DO PRESIDENTE DA QUERCUS?

Registámos com perplexidade o parecer da Quercus (sabemos agora emitido pelo seu presidente), sem atentar nos problemas ambientais e sobretudo ecológicos.

A Quinta do Braamcamp é um santuário de muitas espécies de aves (não apenas das graciosas garças) e constitui um pulmão verde (terrestre e marinho) com um potencial paisagístico e de lazer extraordinário, um logradouro natural, histórico e patrimonial e o presidente da Quercus não encontrou motivos para criticar o projeto de construção de prédios de habitação?!

Ou será que o presidente contestado por outros dirigentes da associação ambientalista fez um “frete” aos amigos do partido de que foi autarca?

EXEMPLOS NA MARGEM NORTE

Fomos sensibilizados pelo projeto da Câmara Municipal de Lisboa para a zona da Estação Fluvial do Sul e Sueste e Cais das Colunas: recuperação histórica do Cais e Muralha das Namoradeiras; requalificação histórica da antiga estação como Centro Interpretativo do Tejo; regeneração da

Doca do Jardim do Tabaco, com permanência da nau “Crioula”; arranjo dos espaços verdes envolventes e das vias de circulação.

Preside o critério da recuperação patrimonial e histórica, do usufruto público (sobretudo turístico, no caso) sem construções. Deste lado, num local histórico e natural magnífico, o PS Barreiro quer construir prédios de habitação?!

 

PERCEBER, JÁ TODOS PERCEBEMOS!

Pelo nosso lado, por razões acrescidas, continuaremos a luta contra a venda efetiva e a construção na Quinta do Braamcamp. Luta que vai aquecer, como previsivelmente irá aquecer o ambiente, devido ao “efeito de estufa”, com as consequências alertadas no Plano Metropolitano de Adaptação às Alterações Climáticas (PMAAC- AML): subida de nível das águas estuarinas (90 centímetros até ao fim do século, no mínimo), risco de chuvas rápidas, tempestades violentas e secas.

A Quinta do Braamcamp foi identificada como de “muito alto risco” de inundação estuarina.

A CMB assinou, a propósito deste Plano, o compromisso de “tomar medidas políticas” contra os riscos reconhecidos. De que está à espera o executivo para arrepiar caminho e reverter a sua decisão?

 

E AS ALTERNATIVAS? QUEM PAGA?

Perguntam-nos pelas alternativas!? Claro que existem numa perspetiva de gestão autárquica, na defesa da coisa pública, com a participação dos cidadãos, das associações e movimentos, de instituições e setores privados. É necessário um projeto global e integrado para o Sítio de Alburrica, classificado de Interesse Municipal, englobando a Quinta do Braamcamp, o Mexilhoeiro, a Estação do Barreiro-Mar, a Av. de Sapadores e a Rua Miguel Pais.

Para a área da Braamcamp é consensual um Programa Mínimo de criação de um Parque Natural, envolvendo: renaturalização e defesa ecológica e ambiental da Quinta, espaços de desporto e lazer de usufruto público, valorização das Praias de Alburrica e Norte, defesa da restinga do Mexilhoeiro, recuperação dos Moinhos de Maré e de Vento e regularização das Caldeiras e caminhos.

As propostas/projetos de especialidade e pormenor devem ser estudadas pelos técnicos, numa perspetiva multidisciplinar e democraticamente discutidas com todas as forças institucionais e a população barreirense, principal interessada.

 

E O DINHEIRO PARA ISTO TUDO?

Trata-se de um programa a médio, longo prazo, necessariamente faseado, com verbas orçamentais parceladas das autarquias e candidaturas de comparticipação a tudo o que permita viabilizar o desiderato!

Só assim poderemos ter um projecto pensado para o Barreiro e para os Barreirenses, para o usufruto de todos.

Barreiro, Dezembro de 2019

 

PLATAFORMA CIDADÃ BRAAMCAMP É DE TODOS

ASSOCIAÇÃO BARREIRO-PATRIMÓNIO, MEMÓRIA E FUTURO

BRAAMCAMP.ORG

COOPERATIVA MULA

MOVIMENTO BRAAMCAMP É DE TODOS

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