Quinta do Braamcamp Cronologia de acontecimentos

Porassociacaobraamcamp

Quinta do Braamcamp Cronologia de acontecimentos

1788 – 29 de Março –  A exploração desta quinta, será concedido por carta régia datada pelo período de doze anos, a Geraldo Venceslau Braamcamp de Almeida Castelo Branco.

Geraldo Venceslau Braamcamp foi o primeiro proprietário da quinta situada no Mexilhoeiro, no Barreiro, onde hoje se encontra uma unidade corticeira. A quinta do Braamcamp tornou-se em vida do seu proprietário uma importante granja de criação de bichos-da-seda, produção destinada à indústria têxtil.

1804 – Os herdeiros de Vasco Veloso, venderam o moinho a Venceslau Braamcamp, Barão do Sobral, que o ampliou de 7 para as actuais 10 moendas, transformando-o num dos maiores moinhos de maré do estuário do Tejo. Ganha a designação de Moinho do Braamcamp.

Nas proximidades de Alburrica, mas no Bico do Mexilhoeiro, está o Moinho do Braamcamp. As informações que possuímos referem a sua existência em meados do século XVIII, altura em que o então proprietário, Vasco Lourenço Veloso, o reedificou, em virtude de ter ficado bastante danificado pelo Terramoto de 1755.

1813- O Abastado comerciante, recebeu o título de 1º barão de Sobral. A quinta do Braamcamp tornou-se em vida do seu proprietário uma importante granja de criação de bichos-da-seda, produção destinada à indústria têxtil.

1819- Surge, um outro moinho de vento, desaparecido entretanto, o moinho do Barão do Sobral, na Quinta do Braamcamp. O engenho constituiu uma novidade, tanto ao nível da sua tecnologia de produção como da sua arquitectura. Tratava-se de um moinho de vento «que não tem semelhante neste reino, e que talvez não haja nas outras nações».

1837 – À morte de Geraldo Venceslau Braamcamp, passou a quinta para a posse do seu filho segundo, Anselmo José Braamcamp, que a alienou.

1837- Anselmo José Braamcamp trocou a quinta com Abraham wheelhouse a quem ficou pertencendo.

1844- A quinta foi vendida pelo filho George  Abraham wheelhouse e Mulher Rosa Martha wheelhouse á herança indivisa de Robert Hunter Raynolds Por 13,500$ mil-réis.

1883- Em Março. Tomás Reynolds já vivia na Quinta Braamcamp e nesta data já era transformada cortiça na fábrica instalada na quinta. A maquinaria importada da Grã-Bretanha (da Baerlein e c.º em Manchester, que custou cerca de 123 mil libras), como caldeiras e bombas para o fabrico de pranchas, só chegou ao Barreiro no final de 1884, quando a fábrica está em plena laboração, inclusive com horário nocturno”.

1884 – O moinho é vendido, já por George Abraham Wheelhouse a Robert Reynolds, compondo-se a propriedade então de: «casas de habitação, armazéns, casa que foi fábrica de bolachas, moinho e motor de água, terras de semeadura e diversas árvores»

1895John Reynolds vendeu o predio a The Cork Company Ltd. Pelo preço de 60.003 mil-réis.

1897- A The Cork Company Ltd. Vendeu a propriedade á Sociedade Nacional de cortiças pelo preço de 60.600$000 mil-réis.

1897 – A antiga Quinta do Braamcamp, que no final do século XIX era conhecida por Quinta dos Ingleses (por ter pertencido a diversas famílias de origem britânica), foi adquirida pela Sociedade Nacional de Cortiças em 1897, que adaptou o edifício do moinho às suas actividades industriais, função que mantém até à actualidade.

1986 – O moinho do Barão do Sobral, na Quinta do Braamcamp, foi totalmente destruído durante o incêndio que devastou a Sociedade Nacional de Cortiças. Desta construção nada sobreviveu, a não ser a documentação que atesta a sua importância, no contexto do processo proto-industrial português.

1973 – O Sr. Edmundo Luís Rodrigues Pereira, encarregado geral da fábrica adquire 15% da Sociedade Nacional Corticeira, S. A.

1978 – O Sr. Edmundo Luís Rodrigues Pereira, comprou aos três sócios a totalidade das quotas da Sociedade Nacional Corticeira, S. A. Assumindo a administração da fábrica de cortiça.

1998 – 26 Novembro o  responsável do Grupo Esence – Sociedade Nacional Corticeira foi acusado de actuar de má-fé, porque se comprometeu a pagar cerca de 30 mil contos relativos a indemnizações até 30 de Outubro, se os trabalhadores da fabrica de cortiça do Montijo Infal, obrigados a rescindir os contratos devido ao arrastamento da situação de salários em atraso, retirassem o processo de falência da empresa.

O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Corticeira do Sul denunciou publicamente esta «afronta», mostrando-se ainda mais surpreendido por o Estado ter concedido em Julho um aval de um milhão de contos, para contracção de um empréstimo.

2005 – 21 de Abril, A AIEC — Associação dos Industriais e Exportadores de Cortiça, em 21 de Abril de 2005, elege para mandato de três anos  o  Presidente Direcção — ESENCE — Sociedade Nacional Corticeira, S. A., representada por Edmundo Luís Rodrigues Pereira.

2008 – 4 de Julho. A empresa Corticeira ESENCE  Sociedade Nacional Corticeira, S. A foi declarada insolvente por decisão judicial proferida pelo Tribunal de Comércio de Lisboa.

2010- O seu património foi vendido em leilão, sendo que 3 empresas da área de actividade sucateira adquiriram o recheio da fábrica, equipamentos, máquinas, ferramentas, etc…, e o terreno foi adquirido pelo BCP.

2010 – 24 de Março,  A Associação Barreiro- Património, Memória e Futuro, envia uma carta á CMB, para através dos Serviços Municipais competentes, desenvolver todas as acções pertinentes de modo a assegurar a recolha de alguns dos bens referidos visando preservar a Memória futura. Foi recolhido vasta documentação e outros materiais da fabrica de cortiça que se encontram no Arquivo da CMB, no Espaço Memoria.

2010 – 28 de Março A administradora da massa insolvente, cessa funções e entrega a quinta ao Banco Comercial Português (BCP), ficando a quinta ao completo abandono.

2011- 18 de fevereiro de 2011, um incêndio criminoso, destruiu o célebre Moinho do Braamcamp, no Bico do Mexilhoeiro.

2011- 6 de Março, A Associação Barreiro- Património, Memória e Futuro, Indignada com a situação de abandono  do património e incêndio Moinho na quinta do braamcamp, protesta e faz um comunicado á população e uma petição onde recolhe mais de 700 assinaturas, que entregou ao Banco, CMB, DGPC, etc.2011- 23 de Setembro, um grande incendio destrói a casa apalaçada,  vários armazéns e uma quantidade enorme de palmeiras centenárias. Por ordens de não se sabe de quem, os bombeiros apenas assistem ao incendio, garantido a segurança.

2011- Durante este período de abandono, todo o terreno foi saqueado e limpo de metal e outros materiais, pelos “amigos do alheio”. e o seu património todo destruído.

2015 – 4 de novembro,  A Câmara Municipal do Barreiro aprovou, unanimidade no dia 4 de novembro, em reunião privada, a compra da Quinta do Braamcamp. Permitindo a abertura de 21 ha de frente de rio a fruição da comunidade – Representando a disponibilização pública de um espaço do qual não existe memória coletiva de fruição; Retirando-o do mercado imobiliário e afirmando um discurso e uma estratégia de fruição pública, generalizada, duma zona privilegiada do concelho,

2015- 20 de novembro,  Reunião ordinária da Assembleia Municipal Realizada em 20 de novembro de 2015 Autoriza a aquisição da Quinta do Braamcamp pelo valor de € 2.900.000,00, aprovando a respectiva minuta de contrato. Aprovado por maioria, com 27 votos a favor da CDU, do BE, do PSD, do MCI, do MRPP e de 5 eleitos do PS e a abstenção de 3 eleitos do PS.

2016 – 9 de Fevereiro, foi assinado, pelas mãos do presidente da Câmara do Barreiro, Carlos Humberto e por João Góis, diretor do negócio imobiliário do Millennium BCP, o contrato de compra e venda dos terrenos da Quinta do Braamcamp.

2016 – Dezembro de 2016, Foi realizada a escritura de venda da Quinta do Braamcamp, pelo valor de 2 milhões e 900 mil euros.

2017- 6 de Julho A CM do Barreiro a aprova a decisão final do procedimento de classificação como SIM do Sítio de Alburrica e do Mexilhoeiro e seu Património Moageiro, Ambiental e Paisagístico.

2017- 20 de julho é publicada no Diário da República, 2.ª série — N.º 139 A Classificação do Sítio de Alburrica e do Mexilhoeiro e seu Património Moageiro, Ambiental e Paisagístico. A decisão final de classificação de Sítio de Interesse Municipal, constitui reconhecimento do interesse Histórico Industrial, Ambiental e Paisagístico e do seu caráter emblemático.

2017 – Outubro – Eleições autárquicas, a Proposta eleitoral do PS, apontava, mais que uma promessa era  “uma visão” para o território da Quinta do Braamcamp, que integrava um parque temático, com um investimento numa roda gigante.

2018 – 16 Março O presidente da Câmara do Barreiro, Frederico Rosa, afirmou que pretende ter definido, até meio de 2019, o projeto para a Quinta do Braamcamp, referindo que o espaço terá habitação, hotelaria e restauração, mas abertos à cidade. Frederico Rosa (PS) esteve presente na feira internacional de imobiliário, o MIPIM, que decorreu esta em Cannes, na França, onde aproveitou para reunir com investidores que podem estar interessados no projeto.

2019 – 6 de Março,  O actual executivo PS da CMB decide que vai colocar á venda a totalidade da Quinta, através de um concurso publico, (hasta publica), Tendo discutido na ultima sessão de câmara no dia 6 de Março 2019, as condições para a venda a privados.

2019 – 31 de Março um grupo de cidadãos do barreiro convoca uma reunião cidadã “Braamcamp é todos, bastante participada” onde foi aprovado por unanimidade a constituição de uma plataforma “Braamcamp é de todos”  A iniciativa decorreu durante todo o dia com varias actividades, Birdwatching na Quinta, actividades com crianças, Visita guiada à Quinta, Almoço/Piquenique e Reunião Cidadã, com a participação de vários oradores.

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1 comentário

WanderleyPublicado em3:42 pm - Jul 27, 2020

Impressao de turista que foi ao Barreiro a primeira vez :
Um lugar com tanta importancia historica na construçao deste pais com praias lindas uma natureza abençoada .
Sitios historicos como a antiga estaçao ferroviaria e os moinhos de maré assim como tantos outros deveriam ser cartoes postais deste recanto do Tejo mas criminosamente entregues ao abandono e ruinas nao atraem nem 1 centimo de renda ao municipio.
Uma cidade abandonada e que faz medo .
Terminal fluvial ao abandono o mato e a sujeira por toda parte, é realmente incompeencivel que um pais que dependedo turismo como gerador de empregos e renda nao tenha o devido cuidado com suas cidades.
Espero voltar um dia e ter uma outra visao..

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