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Os Moinhos da Quinta da Braamcamp

Moinho de maré do Braamcamp – o moinho de maré situado na centenária Quinta do Braamcamp, anteriormente conhecida como de Vasco Lourenço, no Mexilhoeiro (Barreiro). Foi reedificado depois do terramoto de 1755 por Vasco Lourenço, vendido pelos seus herdeiros, em 1804, a Geraldo Wenceslau Braamcamp, 1º Barão do Sobral, que amplia o moinho de 7 casais de mós para 10. Mais tarde, veio a pertencer a um negociante inglês de nome Abraham Wheelhouse. É vendido, em 1884, aos herdeiros de Robert Hunter Reynolds, que vieram habitar a quinta e fundar a Sociedade Nacional de Cortiças.

12 Junho 1837, Abraham Wheelhouse e sua mulher, D. Isabel Emiia Wheelhouse, disseram ser senhores e possuidores de um moinho de agua salgada no sitio do Mexilhoeiro, que consta de 10 engenhos, cais com uma varanda de grade de ferro que dá serventia ao mesmo moinho, um armazém com sobrados por cima, que faz umas casas nobres e uma pequena loja com uma galeria de casas térreas com várias acomodações e pertenças, outras casas no final da caldeira do moinho e uma grande caldeira com muros de pedra de alvenaria.  (ANTT, Notarial Lisboa, C. V-B/236).

Descrição Geral: Arquitectura agrícola, vernacular. Moinho de maré, com funcionamento na vazante. Segue tipologia vernacular do séc. XVII, identificada na volumetria alongada, em planimetria longitudinal, com simplicidade e clareza de linhas bem proporcionadas, no despojamento de decoração em volumes maciços, rematados á face por empenas simples rebocadas e caiadas, cuja cobertura consiste numa estrutura de madeira, apresentando telhado de duas águas em telha de canudo. Moinho de maré, com perfeita integração na paisagem, situado na margem S. do rio Tejo.

O Moinho do Braamcamp possui uma caldeira rectangular paralela à praia que era gigantesca, dado que a água tinha de bater em dez rodízios ao mesmo tempo. Este é o maior do Concelho.

Moinho do Barão do Sobral – em 1819 e um documento refere que o Barão do Sobral anda construindo um moinho na Vila do Barreiro. No ano de 1820, noutro documento refere-se “um moinho de vento que não tem semelhante neste Reino, e talvez que não haja nas outras nações”.

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A história da Quinta do Braamcamp

Quinta Braamcamp surge no Barreiro na sequência de um movimento europeu, cultural e social, de vilegiatura e de refúgio no campo, importado das “villas” italianas da renascença, evoluindo para modelos franceses e ingleses, que entre nós se adaptam a um estilo próprio que denominamos de Quintas de Recreio, construídas entre os séculos XIV e XIX, e que ocupam as margens que envolvem o Estuário do Tejo desde a Barra até ao seu limite montante em Salvaterra de Magos e Muge.

Geraldo Venceslau Braamcamp foi o primeiro proprietário da quinta situada no Mexilhoeiro, no Barreiro. A quinta do Braamcamp tornou-se em vida do seu proprietário uma importante granja de criação de bichos-da-seda, produção destinada à indústria têxtil.

1819- Surge, um outro moinho de vento, desaparecido entretanto, o moinho do Barão do Sobral, na Quinta do Braamcamp. O engenho constituiu uma novidade, tanto ao nível da sua tecnologia de produção como da sua arquitectura. Tratava-se de um moinho de vento «que não tem semelhante neste reino, e que talvez não haja nas outras nações.

A instalação do caminho-de-ferro no Barreiro em 1859 e o fácil escoamento de mercadorias por via marítima para Lisboa, proporcionaram o aparecimento da indústria corticeira no concelho do Barreiro.

A história do fabrico de cortiça na Quinta Braamcamp iniciou-se em 1882 quando os irmãos Reynolds arrendaram a Quinta Braamcamp de George Abraham Wheelhouse e sua mulher”.

 “Em Março de 1883 Tomás Reynolds já vivia na Quinta Braamcamp e nesta data já era transformada cortiça na fábrica instalada na quinta. A maquinaria importada da Grã-Bretanha (da Baerlein e c.º em Manchester.

A 4 de Novembro 2015,  A Câmara Municipal do Barreiro aprovou, unanimidade no dia 4 de novembro, em reunião privada, a compra da Quinta do Braamcamp. Permitindo a abertura de 21 à de frente de rio a fruição da comunidade – Representando a disponibilização pública de um espaço do qual não existe memória coletiva de fruição; Retirando-o do mercado imobiliário e afirmando um discurso e uma estratégia de fruição pública, generalizada, duma zona privilegiada do concelho.

É actualmente  propriedade  CMB depois de ter sido comprada ao Millenium BCP, após processo de insolvência da Sociedade Nacional de Cortiças. Conserva ainda a antiga casa solarenga (século XIX), instalações agrícolas e um moinho de maré.

Quinta do Braamcamp

2017- 6 de Julho A CM do Barreiro a aprova a decisão final do procedimento de classificação como SIM do Sítio de Alburrica e do Mexilhoeiro e seu Património Moageiro, Ambiental e Paisagístico.

A Quinta Braamcamp é o único complexo rural em plena cidade do Barreiro, cuja atividade cessou recentemente. Era composto inicialmente por casa de habitação, armazéns, moinho de vento e de maré e terras de cultivo.

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DIA INTERNACIONAL DOS MONUMENTOS E SÍTIOS 2020

Atendendo às contingências provocadas pelo vírus COVID-19, e pelas limitações que esta situação está provocar em todo o mundo.

Passamos celebrar o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, através da partilha de visitas virtuais, exposições virtuais, apresentações, filmes, etc.

A Quinta do Braamcamp

BRAAMCAMP: UMA DAS QUINTAS SENHORIAIS DA BEIRA-TEJO

Na zona entre a Ponta do Mexilhoeiro e do Clube Naval, voltada a Almada e Lisboa, encontramos a Quinta do Braamcamp, com uma rica e diversa história e património ligados a múltiplas actividades (moagem de maré e vento, agricultura, piscicultura, criação de bicho da seda para fabrico de fio de seda, transformação de cortiça). Situada em território, em parte, classificado como zona húmida e alagadiça, integrando  a Rede Ecológica Nacional e a zona de Alburrica, classificada como Sítio de  Interesse  Municipal (DR de 20/07/2017) para preservação do património moageiro, ambiental e paisagístico.

Nesta Quinta, ainda, existe o maior moinho de maré do Barreiro, o Moinho do Braamcamp. Foi reedificado depois do terramoto de 1755, por Vasco Lourenço e vendido pelos seus herdeiros em 1804, a Geraldo Venceslau Braamcamp, 1º Barão do Sobral, que o amplia de 7 casais de mós para 10.

 Um documento de 1817, refere a construção de um moinho de vento na Vila do Barreiro, na  Braamcamp e em 1820, outro documento dirá “ um moinho de vento que não tem semelhante neste reino, e talvez que não haja noutras nações”, terá ardido completamente num incêndio dentro da Fábrica de Cortiça em meados do século XX.

Será Geraldo Venceslau Braamcamp a promover na Quinta a plantação de amoreiras e  a criação de bicho-da-seda para abastecer as fábricas têxteis protegidas com lei especial pelo Marquês de Pombal. O próprio Geraldes Venceslau Braamcamp, juntamente com Anselmo José da Cruz Sobral, recebem o privilégio da exploração da Fábrica Têxtil de Portalegre por Carta Régia de 29 de Março de 1788, durante 12 anos, o que justificará a actividade na Quinta.

 O seu filho permutará esta quinta com Abraham Wheelhouse, que a arrenda em 1883 a Robert Hunter Reynolds, que a compra em 1884, mas já em 1883 tinha aberto na propriedade um fabrico de cortiça, fruto da instalação da Linha do Sul e Sueste que abre caminho ao processo de industrialização impar no Barreiro, marcado por três momentos: abertura da Linha do Sul e Sueste e Oficinas do Caminho-de-ferro; instalação da Indústria Corticeira e implantação da CUF.

Em 1895 esta fábrica foi vendida à The Cork Company Lda, e em 1897 à Sociedade Nacional de Cortiças. A Quinta era na época conhecida por Quinta dos Ingleses. Em 1986, num fogo na Fábrica, ardeu por completo os vestígios do Moinho de Vento do Barão do Sobral. Em 2008 foi considerada insolvente, tendo sido vendido em leilão o material e maquinaria a várias empresa, ficando o terreno na posse do BCP. Sofrendo, pelo abandono, mais dois incêndios que destruíram o património edificado.

A zona de Alburrica (SIM), onde se situa a Quinta, rodeada a Norte, pela área da antiga CUF, em procedimento de classificação de âmbito nacional, e a  Sul pela área do Complexo Industrial Ferroviário, igualmente em procedimento de classificação nacional, ambos abertos pela Direcção Geral do Património Cultural,  configuram um território único no País, do ponto de vista patrimonial, paisagístico e ambiental, com relevo histórico nacional, muito significativo os processos de industrialização em Portugal e na Europa.

 O Barreiro é um caso exemplar no País e na área Metropolitana de Lisboa do ponto de vista da história e património. No Barreiro é possível, em cerca de 36km quadrados, percorremos uma história de séculos ligada à indústria, com significado nacional e internacional. Um percurso de participação activa nos grandes momentos da História de Portugal e do desenvolvimento do País, com relevo para os períodos da Expansão Portuguesa e do Processo de Industrialização que interessa aos barreirenses recolher, estudar, conhecer, salvaguardar, divulgar, mas também a toda a AML, como forma de valorização desta no contexto europeu, de acordo com documentos estratégicos como o PNOPOT e o PROTAM, e, bem entendido, ao próprio País, na via de uma oferta turística diversificada e dirigida a segmentos precisos de procura turística.  Alburrica/Braamcamp não são excepção, mas aquilo a que designaríamos uma “almada”, (do árabe, mina de ouro): do ponto de vista histórico e patrimonial, porque por aqui passou parte significativa da nossa identidade; do ponto de vista paisagístico pela luz, pela situação de confluência entre o rio Tejo e o seu afluente Coina que, aqui chega, vindo da Serra Mãe, pelo extraordinário desenho da sua natureza de sapal, bordejado de restinga. Nada, nesta paisagem idílica, “romântica”, frágil, vulnerável ambientalmente é compatível com a construção de prédios, de um estádio de futebol de 11, com a sobrecarga de trânsito e a enorme afluência de pessoas.

visita guiada

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A Quinta do Braamcamp
A ultima fábrica de cortiça do barreiro
Testemunhos de antigos trabalhadores da fábrica de cortiça
Testemunhos de antigos trabalhadores da fábrica de cortiça

Ver mais conteúdos no âmbito DIA INTERNACIONAL DOS MONUMENTOS E SÍTIOS 2020 da ASSOCIAÇÃO BARREIRO – PATRIMÓNIO, MEMÓRIA E FUTURO

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Quinta do Braamcamp Cronologia de acontecimentos

1788 – 29 de Março –  A exploração desta quinta, será concedido por carta régia datada pelo período de doze anos, a Geraldo Venceslau Braamcamp de Almeida Castelo Branco.

Geraldo Venceslau Braamcamp foi o primeiro proprietário da quinta situada no Mexilhoeiro, no Barreiro, onde hoje se encontra uma unidade corticeira. A quinta do Braamcamp tornou-se em vida do seu proprietário uma importante granja de criação de bichos-da-seda, produção destinada à indústria têxtil.

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