O território situa-se no NUT II – Lisboa, integrado na zona da Alburrica, localizada na ponta Noroeste do concelho do Barreiro. A Alburrica abrange o território limitado a norte pelo estuário do rio Tejo e a Sul pelo seu afluente rio Coina. Devido à sua singularidade e sensibilidade é em parte abrangida pelo Regime de Reserva Ecológica Nacional (REN), classificada na tipologia “Praias e Restingas”, inserida numa zona de “Estuário e zonas Húmidas Adjacentes, incluindo Ilhéus e Sapais”Integrada numa zona de protecção de estuário, não se encontra incluída na área delimitada da Reserva Natural do Estuário do rio Tejo, assim como fora das áreas de Rede Natura 2000. A sua relevância ambiental, deve-se ao facto de corresponder a um complexo natural em forma de península com várias lagoas, onde se formam pequenas praias fluviais. À exceção de parte do território consolidado da Quinta Braamcamp, as restantes áreas são constituídas morfologicamente por formações arenosas fluviais do tipo restinga, enquadrando-se na categoria de praias estuarinas.
Na Quinta do Braamcamp podemos encontrar, um conjunto de espécies que procuram Abrigo, nidificação, alimentação e rotas migratórias entre as varias espécies já avistadas, destacamos: Andorinha-das-chaminés, Borrelho-grande-de-coleira, Colhereiro, Felosa-comum, Fuinha-dos-juncos, Gaivota-de-asa-escura, Garajau-de-bico-preto, Guincho-comum, Melro-preto, Milheirinha-europeia, Pardal-do-telhado, Pato real, Pega-rabuda, Peneireiro-de-dorso-malhado, Perna-verde-comum, Garça-branca-pequena, Petinha-dos-prados, Perna-vermelha, Pilrito-de-peito-preto, Pombo-das-rochas, Poupa, Rabirruivo, Tarambola-cinzenta e Garça-boieira com uma grande comunidade que nidifica nas arvores da quinta no período da primavera e verão.
Garça-boieira – É uma garça de média dimensão, com a plumagem quase totalmente branca, mas com manchas alaranjadas no dorso e na coroa, sobretudo durante a época de reprodução. O bico é amarelo, tornando-se alaranjado na Primavera. As patas são pretas, mas também se tornam alaranjadas na época de criação.
Flora
O coberto arbóreo caracteriza-se pela presença dispersa de espécies alóctones, entre outras que ainda falta identificar, como Myoporum laetum, Cercis siliquastrum, Salix x sepulcralis, Eucalyptus sp. e exemplares dispersos de zambujeiro (Olea europaea subsp. sylvestris) e pinheiro-manso(Pinus pinea), amoreira branca (fruto ainda verde) – Morissette alba, Amoreira preta (fruto em maturação) – Morus nigra, Aniz do mar – Crithmum maritimum, Buganvilia – Bouganvilia glabra, Chagas – Tropazeolum majus, Funcho silvestre-Foeniculum vulgare, Gilbardeira ou erva-dos-vasculhos – Ruscus aculeatus, Pinheiro de Alepo – Pinus halepesis, Pita, piteira, aloé dos cem anos – Agave americana, Zambujeiro ou Oliveira da rocha, Aroeira, Alfostigueiro – Pistacia lentiscus. De registar a presença de Ruscus aculeatus, que sendo integrante do anexo V da Diretiva Habitats, deve ser preservado na zona.
Sapal
Mais próxima da influência das marés, a zona mais Oeste da área apresenta vegetação característica de zonas de sapal, identificando-se um mosaico na distribuição de algumas espécies e respectivas associações correspondentes a habitats de sapal que se descrevem de seguida:Vegetação pioneira de Salicornia e outras espécies anuais de zonas lodosas e arenosas Vegetação halófila ou halonitrófila, suculenta ou de fisionomia graminóide.
A Associação Barreiro Património Memória Futuro, mais uma vez, integra as comemorações nacionais do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, que este ano se celebra com o tema “Passados Complexos. Futuros Diversos”.
A nossa participação, decorrerá no dia 17 de Abril, Junto ao Mercado 1º de Maio a partir das 10 horas. É diversificada e de grande actualidade para o Barreiro, terra com uma história de grande importância e singularidade, bem como para todos os barreirenses de nascimento e coração.
Da programação, que se realizará em sítio público no período da manhã, assinalamos:
– Exposição: “Roteiro dos Moinhos de Maré e Vento do Barreiro”
– Apresentação da Revista Fundição Nº10, dedicada ao tema “Alburrica / Braamcamp Que Futuro(s) Para o Património”,
– Lançamento do Arquivo Barreiro em arquivobarreiro.org
A centralidade no estuário, a proximidade à capital, a boa acessibilidade dos rios Tejo e Coina e os recursos naturais determinaram que quase tudo o que pode ser transformado pela força humana, aqui tenha frutificado – das redes de pesca às salinas, do vinho ao vidro e à cerâmica, da terra lavrada à metalurgia, da madeira aos produtos químicos, dos moinhos à cortiça, da indústria naval à ferroviária…
Unidades produtivas manufactureiras, proto-industriais e industriais com tecnologias de primeira linha em cada momento e importância nacional e internacional, com relevo para os períodos da Expansão e Industrialização, configurando uma identidade fundada no trabalho e na diversidade cultural.
O vigor das unidades produtivas especializadas instaladas ao longo dos séculos determinou o lugar de destaque que o Barreiro sempre ocupou nos processos de desenvolvimento do País.
A Classificação da CUF de Interesse Nacional, a abertura do Processo de Classificação de Interesse Nacional da CP, a Classificação de Interesse Público da Real Fábrica de Vidros de Coina, a Classificação de Interesse Municipal de Alburrica, entre outros patrimónios classificados, são bem exemplo desta importância que transforma o nosso património numa “mina de ouro” que permite criar novos futuros sustentados, desde que saibamos equacionar o papel do património no projecto a desenvolver.
Antecipadamente gratos pela vossa presença.
A Associação Barreiro – Património Memória e Futuro
DE VITÓRIA EM VITÓRIA ATÉ À DERROTA FINAL
A aprovação por escassa margem em Sessão de Câmara e Assembleia Municipal, do caderno de encargos para a venda da Quinta (com a abstenção-muleta do PSD e um voto contra deste Partido na Assembleia Municipal), constitui uma derrota da força política que assume a presidência do executivo e que dizia ter o apoio da esmagadora maioria da população (85% segundo o encomendado “inquérito”).
A votação significa que as forças representativas de mais de metade dos barreirenses estão contra um negócio danoso, negacionista, sem história e sem futuro.
Quando perceberem os contornos desta decisão lamentável, outros cidadãos, sobretudo os jovens, cujo futuro seria assim postergado, estarão certamente em discordância.
Carta Aberta à População do Barreiro
Quinta do Braamcamp as Obras Previstas não Avançaram Saiba Porquê
Quase dois anos para admitir que não havia tempo, que não existia projecto, que deixaram cair o empréstimo, como se este fosse uma coisa de tolos “só para cortar umas ervinhas”
A Associação Barreiro – Património, Memória e Futuro confirmou, de acordo com esclarecimentos prestados na última Assembleia Municipal do Barreiro de 30/04/2019, que o actual executivo deixou cair o empréstimo para obras na Quinta do Braamcamp, aprovado por unanimidade em sessão de Câmara de 4 de Novembro de 2015.
1. Em 6/7/2017, em sessão de Câmara, foi aprovada, por unanimidade, a classificação da zona que compreende Alburrica, Ponta do Mexilhoeiro e Quinta do Braamcamp como Sítio de Interesse Municipal. Esta classificação visa proteger do ponto de vista ambiental, paisagístico e moageiro um espaço deslumbrante, único no nosso território, moldado, ao logo de séculos, pela acção do homem e que chegou até nós, ainda, em relativo equilíbrio ambiental. Esta classificação foi publicada no DR de 20/7/2017, como determina a lei sobre processos de classificação.