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Plataforma Cívica “A Braamcamp é de Todos” comemora Dia Mundial das Zonas Húmidas, com passeio pela zona de Alburrica/Braamcamp

No âmbito das Comemorações do Dia Mundial das Zonas Húmidas, dia 2 de Fevereiro, a Plataforma Cívica “A Braamcamp é de Todos” celebrou o dia com um passeio pela zona de Alburrica/Braamcamp, com a participação de mais de meia centena cidadãos, muito interessados em aprender sobre este importantíssimo habitat, as zonas húmidas.

Esta visita contou ainda com a participação e as explicações de Carlos Almeida e Ruben Rodrigues ornitólogos, membros da BAFARI – Associação Científica para a Conservação das Aves de Rapina.

Acompanhados por estes dois especialistas e com equipamento adequado, foi possível observar várias espécies menos perceptíveis, como o Perna-verde e o Perna-vermelha, a Tarambola, ou o Borrelho, aves limícolas, visitantes invernantes destas paragens uma vez que nidificam no norte da Europa. Para o ornitólogo Carlos Almeida estes locais são de extrema importância uma vez que são locais que abrigam estas aves num período importante como destino migratório, aliás desempenham um papel ecológico de extrema importância como locais de alimentação e descanso no processo de migração.

Para Ruben Rodrigues, um dos ornitólogos que guiou a iniciativa, a eventual construção na Quinta do Braamcamp originará uma perda de habitat significativa com a necessária perda de biodiversidade local, sobretudo com possível construção de uma piscina na caldeira do moinho.

O percurso de duas horas e meia, trouxe-nos também um pouco de história sobre o Barreiro e sobre a Quinta, e a continuada observação de espécies como o Peneireiro-de-dorso-malhado, ou o Colhereiro. Observamos também algumas andorinhas que anteciparam a primavera. Garças-brancas-pequenas e uma Garça-real, algumas Poupas, Felosinhas, Chamarizes, entre muitas outras em número superior a 20 espécies

Para Carlos Almeida o facto de haver uma colónia de Garças na quinta é, provavelmente motivo para que não seja autorizada  construção naquele local, esse tipo de colónias são de proteger porque já não existem muitas.  

Em causa está toda esta zona húmida e áreas envolventes, os seus habitats naturais de Alburrica/Braamcamp, (zona classificada de interesse Municipal) que vai ser comprometida pelo actual executivo da Câmara Municipal do Barreiro, nomeadamente com a venda da Quinta do Braamcamp para a construção de 185 fogos e construção de uma praia artificial dentro da caldeira do Moinho Grande, conhecida por “caldeira do sangue”. Zonas húmidas que são uma garantia de biodiversidade, filtragem das águas, protecção das linhas de costa e atenuam os efeitos das alterações climáticas.

O Dia Mundial das Zonas Húmidas, data estabelecida para promover e divulgar os habitats e realçar a sua importância para a conservação da biodiversidade. Efeméride que evoca a criação, em 1971, da Convenção de Ramsar [Convenção sobre as Zonas Húmidas, adoptada em Ramsar (Irão)] relativa à conservação e ao uso sustentável das zonas húmidas. 

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Estratégia para a Quinta do Braamcamp: a posição da Plataforma Cidadã Braamcamp é de Todos:

Documento produzido no seminário realizado no dia 6 de Junho de 2019

“Ainda vamos a tempo de fazer a diferença se começarmos já a agir do nível local ao global, através de mudanças transformativas que permitam conservar, restaurar e usar a natureza de forma sustentável”

(Robert Watson, presidente da Plataforma Intergovernamental de Política Científica sobre a Biodiversidade e Serviços dos Ecossistemas, IPBES, das Nações Unidas)

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